terça-feira, 11 de fevereiro de 2014



Os Verdes Anos


Ao contrário do que sugere o título, não venho falar do filme, nem da música, mas sim daquela altura pela qual todos os jovens eventualmente passam - a crise/depressão dos vinte.

Não é mito, existe mesmo! Em alguns jovens mais despreocupados e com a vidinha feita pode não se manifestar muito, mas toda a gente chega a uma altura na vida que começa a stressar com o futuro e com o que vai fazer a seguir. Normalmente isto acontece nos vinte porque é geralmente a idade em que os jovens terminam os estudos e começam à procura de trabalho.

A independência é doce e amarga. Sonhamos com ela desde pequenos - com a nossa vida, a nossa casa, as nossas próprias decisões - mas a responsabilidade que a sociedade nos impõe pode ser bastante assustadora. Ter um ordenado numa área que nos satisfaz intelectualmente que chegue para pagar a renda, as despesas e que ainda dê para comer? Ainda por cima com a actual crise? Não quero crescer nunca...

Primeiro começamos por pôr em causa o nosso futuro, depois a nossa área, as nossas escolhas e por fim surge a dúvida pessoal. Será que sou bom o suficiente? A nossa mente devaneia sobre os perigos das nossas anteriores escolhas e sobre o possível futuro medíocre que nos espera. Porque não segui ciências? Que estou eu a fazer aqui? Não pertenço a este sítio. Então, a que sítio pertenço eu? Para que tenho jeito? O que é que eu deveria fazer com a minha vida?

Um constante zumbido na nossa cabeça que torna o processo de adormecer um pouco mais difícil e o de acordar um pouco mais deprimente.

Felizmente, tudo isto chega a um fim quando após muitas mudanças de área e  muitas más escolhas, finalmente nos apercebemos que a dúvida e o medo é algo constante no ser humano e que superar isso mesmo é que nos vai garantir um bom futuro e nos tornar adultos.

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